Descubra tudo sobre o berimbau, o icônico instrumento brasileiro da Bahia: suas origens, etimologia, uso na capoeira, categorias, técnicas e toques.
Índice do Conteúdo
O Começo…
O berimbau é um instrumento que carrega em suas cordas e cabaça uma história rica e fascinante, profundamente enraizada na cultura brasileira, especialmente na prática da capoeira. Este instrumento simples, mas poderoso, é mais do que apenas uma ferramenta musical; é um elo vital que conecta as tradições africanas com a cultura brasileira contemporânea.
A origem do berimbau pode ser traçada até a África, de onde muitos escravos foram trazidos para o Brasil. Eles trouxeram consigo não apenas suas forças e esperanças, mas também suas ricas tradições culturais, incluindo a música. O berimbau, conhecido em algumas regiões africanas como “mbirimbau”, era tocado em várias cerimônias e festividades.
Fabricação
Fabricar um berimbau é um processo que envolve a natureza e o conhecimento transmitido de geração em geração. A vara, geralmente feita de madeira flexível como a biriba, é cuidadosamente selecionada e preparada. Uma cabaça, que atua como caixa de ressonância, é fixada em uma extremidade da vara. A corda, que antes era de tripa animal e hoje é mais comum de metal, é tensionada ao longo da vara, com uma pedra ou moeda usada para ajustar a tensão e alterar o tom.
Toque
O toque do berimbau é uma arte em si, envolvendo não apenas a habilidade de manusear a baqueta, que percute a corda, mas também a capacidade de incorporar outros pequenos instrumentos como o caxixi, uma espécie de chocalho, que complementa o ritmo. Cada toque tem seu significado e é usado de acordo com o contexto da roda de capoeira, desde chamadas para iniciar um jogo até ritmos que alertam sobre o perigo.
O berimbau hoje transcende os limites da capoeira e pode ser encontrado em diversas expressões musicais pelo Brasil, sendo um símbolo de resistência, criatividade e unidade. Ele conecta as pessoas não apenas com suas raízes, mas também com os valores de respeito e comunidade que são essenciais em nossas vidas.
O Berimbau na Bahia
Na Bahia, o berimbau é mais do que um instrumento; é um símbolo de resistência cultural e identidade afro-brasileira. A presença deste instrumento é marcante nas festas populares, celebrações religiosas de matriz africana e, claro, nas rodas de capoeira, onde dita o ritmo e a intensidade dos movimentos dos capoeiristas.
Etimologia
A palavra “berimbau” vem do termo bantu “mbirimbau”. A etimologia reflete a influência africana no instrumento, que foi adaptado e integrado na cultura brasileira pelos escravos trazidos da África.
Na Capoeira
No Brasil, o berimbau assumiu um papel central na capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança criada pelos escravos. Era uma maneira de manter viva sua cultura e, ao mesmo tempo, preparar-se fisicamente e espiritualmente para os desafios da vida sob opressão. O berimbau, com seu som hipnótico, dita o ritmo da luta-dança, controlando a intensidade e o estilo dos movimentos dos capoeiristas.
Categorias:
- Gunga ou Berra-boi: Com o tom mais grave, o Gunga lidera a orquestra do berimbau.
- Médio: Como o nome sugere, possui um tom intermediário e completa a harmonia.
- Violinha ou Viola: Com o tom mais alto, é responsável por variar mais nas melodias e improvisar.
Este artigo teve como objetivo fornecer uma visão abrangente do berimbau, destacando sua importância cultural e musical dentro e fora da capoeira. Espero que esta exploração enriqueça seu entendimento e apreciação deste instrumento singular.
Portanto, ao ouvir o som do berimbau, lembre-se de que você está escutando mais do que uma música; você está conectado a uma história de luta, resistência e, acima de tudo, de esperança.
Sou Daniel Matos, apaixonado por música desde sempre e especialista em descobrir sons e artistas que transformam momentos em experiências inesquecíveis. Com um olhar atento às tendências e uma mente curiosa, compartilho aqui meu amor pela música, seja explorando trilhas sonoras, bandas icônicas ou as nuances de uma produção musical de sucesso. Venha comigo nessa jornada sonora!